Quando desejamos uma pessoa, não é uma hora, uma semana, um mês ou um ano. Desejamos para uma vida, desejamos com tanta força que, às vezes, até dói. Desejamos para hoje, para amanhã e para o dia seguinte, desejamos, e desejamos mais hoje que ontem, desejamos ainda mais amanhã. E depois? Desejamos ainda mais, até que um dia a nossa ambição é cumprida. Desejamos tanto alguém que hoje é nosso. E depois, hoje, continuamos a desejar, mas agora não temos só desejo, temos também medo. Desejamos que fique, temos medo que se perca, porque hoje é nosso, queremos que amanhã continua a ser, mas tememos que não o seja. Porque o que mais queremos, é, sem dúvida o mais especial, e esse especial é o que mais pavor nos cria quando surge a ideia de perda. Quando se perde algo especial, perde-se algo nosso, tenhamos ou não poder sobre ele, até porque, podemos perder sem ter, ou ter sem perder, na melhor das hipóteses, e é, isso mesmo que queremos sempre, ter sem perder.
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